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Acesso em 24/11/2024 às 16h15.

Cidades verdes no centro das discussões da engenharia florestal

23 de agosto de 2024, às 17h22 - Tempo de leitura aproximado: 4 minutos

O conselheiro regional do Crea-ES e presidente da Associação dos Engenheiros Florestais do Espírito Santo (Aefes) participou nos últimos dias 19 a 21 de agosto, em Brasília, da 3ª Reunião da Coordenadoria Nacional das Câmara Especializadas de Engenharia Florestal (CCEEF). O encontro promoveu debates e encaminhamentos de pautas relacionadas à atividade e aos profissionais da área, entre eles a elaboração de notas técnicas referentes à fiscalização das infrações ao art. 16 da Lei nº 5.194 e à fiscalização da ética profissional, conforme estabelecido no plano de ação para o ano de 2024.

Durante a reunião, o coordenador da CCEEF, engenheiro florestal Cícero Ramos (Crea-MT), o Presidente da Sociedade Brasileira dos Engenheiros Florestais (SBEEF), engenheiro florestal Pedro Salles e demais membro da CCEEF se reuniram com o Presidente do Confea, engenheiro de Telecomunicações Vinícius Marchese para tratar de assuntos referentes a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), a ser realizada em Belém (PA), em novembro de 2025.

O Programa Cidades Verdes Resilientes, uma iniciativa do governo federal, também esteve na pauta da reunião. Durante o encontro, os integrantes do fórum do Sistema Confea/Crea articularam com o diretor do Ministério de Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) Maurício Guerra estratégias que viabilizem o programa em todo o Brasil a partir de diversas ações práticas, como uso e ocupação sustentável do solo, tecnologias de baixo carbono, mobilidade urbana e gestão de resíduos. A expectativa é reduzir alagamentos, ondas de calor, poluição, pragas e doenças, além do estresse na população.

Instituído pelo Decreto nº 12.041/2024, o Programa Cidades Verdes Resilientes visa fomentar pesquisa científica e soluções tecnológicas voltadas para o desenvolvimento urbano sustentável e a mitigação das mudanças do clima. O projeto também busca potencializar serviços ecossistêmicos e a biodiversidade nas cidades, incentivando a expansão de áreas verdes, a arborização urbana e a gestão de recursos hídricos. Entre as prioridades, estão o aumento dos índices de áreas verdes, a elaboração do Plano Nacional de Arborização Urbana e a criação do Sistema Nacional de Áreas Verdes Urbanas.

Alinhada a essa iniciativa, a Coordenadoria de Câmaras Especializadas de Engenharia Florestal se comprometeu em elaborar um manual de boas práticas voltadas para a arborização urbana. “Esse foi um pedido do presidente do Confea, Vinicius, à coordenadoria para que o manual seja disponibilizado para as prefeituras”, comentou o coordenador da CCEEF, engenheiro florestal Cícero Ramos.

Ramos ressaltou ainda que contribuições semelhantes dos profissionais de engenharia florestal podem ser fundamentais tanto para eventos globais, como a COP 30, quanto para as plataformas dos candidatos às eleições deste ano. “É importante que as associações de engenheiros florestais entreguem uma carta de intenção para os candidatos a prefeito para levar demandas, como planos de arborização urbana, revitalização e manutenção de parques e jardins, recuperação de área degradada e preservação de nascentes de suas cidades”, disse, frisando a relevância do papel desses profissionais nas prefeituras. “Nós, engenheiros florestais, somos os gerentes dos recursos florestais, nós atuamos para que os recursos florestais sejam utilizados de maneira sustentável. E o que é isso? Nós planejamos o uso desses recursos hoje de maneira que as próximas gerações também possam utilizá-los”, pontuou.

Nessa atividade, o carro-chefe é o manejo de florestas nativas, segundo o especialista. “No projeto de manejo florestal, são identificadas as árvores maduras que poderão ser colhidas da floresta seguindo os requisitos estabelecidos pela legislação, as árvores jovens que permanecerão na floresta, as árvores porta-sementes (mães) que serão responsáveis pela renovação da floresta, além das árvores protegidas por lei, como é o caso da Castanheira, por exemplo. Após a exploração das árvores maduras selecionadas para manejo, por meio de técnicas de impacto reduzido, ocorre uma abertura no dossel, permitindo a entrada de luz, o que favorece o crescimento de novas árvores, o crescimento em diâmetro e volume das árvores inventariadas e, também, o sequestro do carbono”, explicou o engenheiro florestal.

O manejo florestal é uma abordagem viável do ponto de vista socioeconômico e ecológico, de acordo com o especialista. “É a aplicação da ciência e da engenharia florestal à serviço das florestas, do ambiente e da sociedade, por meio de estratégias que visam tanto a geração de riqueza pela floresta, quanto a mitigação das mudanças climáticas. Enfim, é uma forma racional de utilizar a floresta, ou seja, uma alternativa de grande valor que mantém a floresta em pé, frente ao desmatamento ilegal”, concluiu Ramos.

Aperfeiçoamento da fiscalização

Com foco na fiscalização das atividades profissionais, a CCEEF elaborou duas notas técnicas, durante a reunião desta semana, com o objetivo de orientar os Creas na verificação das atribuições dos profissionais da engenharia florestal. A meta é fiscalizar o exercício profissional de forma a assegurar a prestação de serviços técnicos ou a execução de obras com participação de profissional habilitado, sendo respeitados os princípios éticos, econômicos, tecnológicos e ambientais compatíveis com as necessidades da sociedade. “Com essas notas técnicas, acredito que contribuímos para aperfeiçoar o Sistema”, afirmou o coordenador Cícero Ramos.

A CCEEF volta a se reunir em novembro, quando serão discutidos temas como registro de universidades no Crea, ação parlamentar e diálogo com o Poder Executivo. “Queremos trazer o governo para mais perto para que ele entenda melhor nosso trabalho e, principalmente, para firmarmos parcerias técnicas”, sinalizou Ramos.

Com informações da Equipe de Comunicação do Confea


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