Vitória sedia encontro nacional de engenheiras, agrônomas e geocientistas

Centenas de mulheres profissionais e estudantes da Engenharia, da Agronomia e das Geociências de todo o país se reúnem num encontro histórico em Vitória (ES) nesta quinta (13/3) e sexta-feira (14/3), no Ilha – Clube Álvares Cabral.

O I Encontro Nacional das Associações de Mulheres da Engenharia, Agronomia e Geociências (Ename) tem o propósito de fortalecer a representatividade feminina e inspirar novas gerações. A programação, desenvolvida para celebrar a atuação feminina na engenharia, envolve dois dias intensos de conhecimento e networking, com palestras, fóruns, workshops, painéis de debates e outros espaços técnicos com o objetivo de impulsionar carreiras e conectar engenheiras de todo o Brasil.

Para a presidente da Federação de Associações de Mulheres da Engenharia, Agronomia e Geociências (Fameag), entidade realizadora do evento, engenheira civil Poliana Krüger, é uma honra poder trazer o I Ename para Vitória, no Espírito Santo. “O presidente do Crea-ES, Jorge Silva, sempre foi um incentivador das nossas iniciativas. Além disso, a Olivia Dianna, presidente da Associação Feminina de Engenharia, Agronomia e Geociências do Espírito Santo e a Mariana Mansk, coordenadora do Programa Mulher no Crea Espírito Santo, são bastante ativas. Estive aqui em 2024 e fiquei maravilhada com o trabalho desenvolvido no estado. Estamos com muita expectativa. Nós, mulheres, temos capacidade e habilidade para transformar a engenharia e a sociedade. Esse evento vai ficar na história das mulheres da engenharia, da agronomia e das geociências”, disse.

A atual secretária de estado das Mulheres do Espírito Santo, Jacqueline Moraes, primeira mulher negra e da periferia eleita vice-governadora do Espírito Santo, que fez história ao assumir cargos de grande relevância política no estado, teve presença marcante no encontro. “Esse mês é um mês de luta. Que mais mulheres ocupem os lugares na Engenharia, no mercado de trabalho e na sociedade. Que tenham igualdade salarial e todos os demais direitos. Eu represento um governo que tem cuidado das mulheres. Precisamos fazer a nossa parte para pavimentar o caminho das meninas. Só tem sentido comemoração e homenagens, se for para construir o caminho das mulheres que virão depois de nós para ocupar esse lugar que hoje estamos ocupando”. A trajetória de Jacqueline Moraes se destaca não apenas pela representatividade que carrega, mas também pelo impacto que suas ações à frente da Secretaria Estadual das Mulheres têm causado na vida das mulheres capixabas.

No Painel “Nós por Elas”, a atriz e ativista das causas femininas, Luiza Brunet, falou sobre o trabalho que desenvolve junto ao público feminino. “Eu abracei a causa das mulheres. Eu gosto muito de ir ao terceiro setor, onde existe a real vulnerabilidade. São nesses lugares, onde mulheres e crianças são mais sacrificadas, que eu recebo informações concretas e, a partir daí, posso dar minha contribuição para a construção e implementação de políticas públicas. Brunet também criticou o sistema de cotas para as mulheres “As mulheres não têm que ser escolhidas por cotas, mas pela capacidade profissional. Nós somos tão poderosas e qualificadas quanto os homens. E ainda estudamos, cuidamos dos filhos e realizamos inúmeras outras tarefas. Cotas para mulheres eu acho injusto”, completou.

Para o presidente do Crea-ES, engenheiro Jorge Silva, ao patrocinar o I Ename, o Conselho contribui para proporcionar atualização profissional e inovação tecnológica. Ele destacou a grande participação das mulheres profissionais e estudantes de todos os municípios do estado e de várias partes do Brasil. “Precisamos combater a discriminação que ainda existe sobre as mulheres profissionais. Hoje, nossas engenheiras, agrônomas e geocientistas contribuem de forma efetiva para o desenvolvimento sustentável das cidades, do estado e do país.

O presidente da Mútua, engenheiro Joel Krüger, também falou sobre a expectativa do evento: “É muito importante para a Mútua participar e apoiar esse evento, que prevê a reunião de mais de 500 mulheres profissionais da área tecnológica. É uma grande oportunidade para discutir agendas políticas e a pauta da luta das mulheres”. O engenheiro Filipe Machado, diretor geral da Caixa de Assistência dos Profissionais do Crea-ES, Mútua-ES, disse que o I Ename veio para coroar o papel do Sistema Confea/Crea e Mútua para as mulheres no Espírito Santo. “Várias ações foram feitas ao longo dos anos, nessa gestão do presidente do Crea-ES, Jorge Silva, junto com a gente, na Mútua Espírito Santo. O Ename hoje reúne centenas de profissionais que debatem a importância da mulher na engenharia e a representatividade feminina no âmbito técnico e profissional. Convido a todas para participarem do Programa Mulher do Crea-ES e do Mútua Mulher”.